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Como entender uma criança autista de 1 ano? Saiba mais!

🧩 Entendendo uma Criança Autista de 1 Ano: Primeiros Passos para os Pais e Cuidadores. Compreender uma  criança autista de 1 ano  pode parecer um grande desafio, especialmente porque é uma fase em que o bebê ainda está desenvolvendo suas formas de comunicação e interação. No entanto, com observação, carinho e informação, é possível entender melhor suas necessidades e fortalecer o vínculo desde cedo. 👶 Entendendo o Autismo na Primeira Infância O  Transtorno do Espectro Autista (TEA)  é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento da comunicação, da interação social e do comportamento. Em bebês de 1 ano, os sinais ainda podem ser sutis, mas alguns comportamentos podem indicar que é hora de buscar uma avaliação profissional. Alguns desses sinais podem incluir : Pouco contato visual; Falta de resposta ao nome; Dificuldade em imitar gestos ou sons; Pouco interesse em interagir com outras pessoas; Foco excessivo em objetos ou movimentos repetitivos. Essas caract...

Autismo Feminino Existe? Te Digo que SIM!

 

Autismo Feminino.

Autismo Feminino.

O transtorno do espectro autista (TEA), no imaginário coletivo é uma condição frequentemente associada aos homens. Toda a cinematografia moderna que trata do autismo, vídeos de instruções ou livros que contam sobre viagens ou apenas histórias de pessoas autistas quase sempre lidam com homens autistas. 

Se você se aprofundar na literatura científica, essa visão realmente se confirma e vem à tona que os estudos e pesquisas que incluem os homens no espectro são na verdade a grande maioria. Essa discrepância midiática e científica é apoiada por dados epidemiológicos que destacam como a proporção homem:mulher é de 4:1, ou seja, para cada 4 homens com TEA haverá apenas 1 mulher no espectro do autismo.

Essa distribuição diferente levou ao longo do tempo a estruturar uma visão puramente masculina do autismo, generalizando os comportamentos típicos e as trajetórias de desenvolvimento frequentemente descritas nos livros, considerando as mulheres autistas como uma simples contrapartida muito semelhante aos homens com autismo. 

A realidade dos fatos, no entanto, é bem diferente e inúmeros estudos recentes estão mostrando que o autismo feminino é um mundo muitas vezes inexplorado, ainda desconhecido e com características muitas vezes muito diferentes do autismo típico encontrado no sexo masculino.

Acontece cada vez mais com quem trabalha no campo do autismo conhecer mulheres, inclusive adultas, que passaram uma vida com importantes dificuldades relacionais e de comunicação que na verdade se deviam a um diagnóstico de autismo que nunca foi feito. 

As respostas sobre por que o autismo feminino não é reconhecido podem ser muitas. 

Autismo Feminino.

Antes de mais nada, um discurso cultural: como escrito antes, o autismo é mais frequente no homem e sempre focamos muito menos nas características do autismo no feminino. 

A segunda razão deve ser encontrada nas próprias diferenças de gênero relatam mais empatia com as mulheres do que com os homens. 

Este dado, também suportado por importantes trabalhos científicos, é no entanto fácil de compreender no quotidiano onde a empatia da mulher é mais evidente do que a do gênero masculino.

Para dar um exemplo prático e convincente, basta pensar no número de alunos matriculados em faculdades de psicologia (quase todas mulheres) onde o nível de empatia é a base e motivação para o trabalho futuro em comparação com faculdades muito mais sistematizadas (por exemplo engenharia com absoluta maioria do sexo masculino).

Mulheres autistas sem diagnóstico 

Tais diferenças de gênero ligadas à empatia podem, consequentemente, levar a um aparente mascaramento diagnóstico do autismo nas mulheres que, se associado à falta de conhecimento médico sobre o assunto, pode explicar em grande parte o porquê de muitas mulheres autistas sem diagnóstico até a idade adulta.

Estudos científicos nos últimos anos também mostraram como até o próprio cérebro entre mulheres e homens autistas é diferente: inúmeras pesquisas que usaram ressonância magnética mostraram que existem diferenças estruturais entre homens e mulheres autistas com diferenças volumétricas reais no mesmo córtex.
Mulheres autistas sem diagnóstico

Não apenas diferenças cerebrais, mas também diferenças comportamentais e neuropsicológicas foram encontradas entre homens e mulheres autistas.

Uma variável crucial no reconhecimento das diferenças de gênero no autismo diz respeito ao nível cognitivo: se no caso de um autismo de baixo funcionamento cognitivo, reconhecer e caracterizar os sintomas e consequentemente um tratamento adequado para o autismo masculino e feminino poderia ser relativamente simples, no caso do autismo de alto funcionamento as diferenças de gênero adquirem um valor preditivo e prognóstico crucial tanto em termos de possível atraso no diagnóstico quanto pelas características peculiares de gênero que podem confundir e exercer uma ação real de mascaramento diagnóstico. 

De fato, são justamente as mulheres autistas com alto funcionamento cognitivo que são reconhecidas com maior dificuldade.

Indo além dos sintomas clássicos e querendo aprofundar a questão das diferenças entre autistas masculinos e femininos, outros sinais clínicos importantes que devem ser levados em consideração e podem também dizer respeito à atipia do comportamento alimentar que em meninas autistas de alto funcionamento pode ser confundida com distúrbios reais do comportamento alimentar como anorexia e retardar ou mesmo mascarar totalmente o diagnóstico de autismo.

Por fim, um último aspecto a ser considerado diz respeito à sexualidade. 

Esta área de grande interesse, mas pouca profundidade, tem sido recentemente objeto de estudos científicos que mostraram que a quantidade e frequência de comportamentos sexuais (por exemplo, masturbação) é comparável a indivíduos saudáveis, e que adolescentes com autismo expressam o desejo de se envolver em relacionamentos emocionais e íntimos com um parceiro. 
Autismo Feminino.

Em uma época em que ainda é difícil falar sobre sexualidade em pessoas com algum tipo de deficiência física ou mental, é ainda mais difícil falar sobre sexualidade em relação às diferenças de gênero e, portanto, em mulheres autistas. 

Por exemplo, o período da adolescência que para um menino autista é complexo e difícil, para uma menina autista pode ser fonte de ansiedade e frustração, pois há muitas mudanças físicas: aparecimento do ciclo menstrual, desenvolvimento das glândulas mamárias e sudoríparas, desenvolvimento do sistema piloso (pernas, axilas, púbis). 

Além disso, essas mudanças físicas necessariamente terão que estar associadas a mudanças no estilo de vida, como o uso de desodorantes, produtos de higiene feminina, uso de absorventes e sutiã. 

Pensar e avaliar esses aspectos relacionados à afetividade e à sexualidade, além de testemunhar um importante progresso cultural, é também uma verdadeira salvaguarda de hipotéticos comportamentos de risco ou abusos a que uma mulher autista pode estar exposta Além disso, essas mudanças físicas necessariamente terão que estar associadas a mudanças no estilo de vida, como o uso de desodorantes, produtos de higiene feminina, uso de absorventes e sutiã. 

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