Porque tem crianças autistas que colocam massinha na boca e brinquedos – Entenda as causas e saiba como lidar!
O autismo é um espectro muito amplo, e cada criança manifesta características únicas. Um dos comportamentos que frequentemente intriga pais e cuidadores é o ato de colocar massinha, brinquedos ou outros objetos na boca. Embora possa parecer apenas curiosidade infantil, em muitos casos esse comportamento está ligado à busca de estímulos sensoriais ou à autorregulação emocional.
Compreender o motivo por trás dessas ações é essencial para agir com empatia e aplicar estratégias que realmente funcionem. Afinal, o objetivo não é apenas “impedir” o comportamento, mas entender o que ele comunica.
O que significa colocar objetos na boca?
A fase oral e o desenvolvimento infantil
Durante os primeiros anos de vida, é comum que as crianças explorem o mundo levando tudo à boca. Essa é uma forma natural de descobrir texturas, sabores e sensações. No entanto, em crianças com autismo, esse comportamento pode persistir por mais tempo.
Quando o comportamento vai além da fase esperada
Se a criança ultrapassou os 3 ou 4 anos e ainda mantém o hábito de colocar objetos na boca, isso pode indicar necessidades sensoriais específicas ou dificuldades de regulação emocional. Em muitos casos, o corpo da criança “pede” estímulos que ela não consegue processar de outras formas.
Porque tem crianças autistas que colocam massinha na boca e brinquedos
A busca por estímulos sensoriais e autorregulação
Crianças autistas podem apresentar alterações no processamento sensorial — ou seja, no modo como percebem sons, cheiros, texturas e sabores. Colocar massinha ou brinquedos na boca pode ser uma maneira de sentir o ambiente e se autorregular diante de estímulos intensos.
Hipersensibilidade e hipossensibilidade sensorial
Algumas crianças têm hipersensibilidade (sentem tudo de forma intensa), enquanto outras têm hipossensibilidade (precisam de mais estímulos para sentir algo). Nesse segundo caso, colocar objetos na boca traz uma sensação de conforto ou preenchimento sensorial.
Ansiedade, estresse e necessidade de conforto
Situações novas, barulhos altos ou mudanças de rotina podem gerar ansiedade. A criança, então, busca algo previsível — como a sensação tátil de um brinquedo na boca — para se acalmar.
Diferença entre comportamento exploratório e comportamento repetitivo
Como identificar cada um na prática
Se a criança leva um objeto novo à boca para “descobri-lo”, trata-se de um comportamento exploratório. Já quando ela repete o mesmo ato várias vezes, em momentos de estresse ou tédio, pode ser um comportamento repetitivo ligado à autorregulação.
O papel das rotinas e da previsibilidade
Crianças autistas se sentem mais seguras com rotinas estruturadas. Quando algo sai do esperado, comportamentos como morder brinquedos podem surgir como forma de restabelecer o equilíbrio.
Riscos e cuidados com o ato de colocar objetos na boca
Perigos físicos e infecções
O risco de engasgos, intoxicação ou infecções é real. Por isso, é importante garantir que todos os brinquedos sejam seguros, laváveis e livres de peças pequenas.
Cuidados com brinquedos e materiais
Evite massinhas ou brinquedos com cheiro forte ou tintas tóxicas. Prefira opções sem químicos nocivos e de texturas seguras para exploração oral.
Estratégias para ajudar a criança autista
Terapia ocupacional e integração sensorial
Um terapeuta ocupacional pode ajudar a identificar quais estímulos a criança procura e desenvolver um plano de integração sensorial, oferecendo alternativas seguras.
Alternativas seguras e atividades substitutivas
Brinquedos sensoriais, mordedores de silicone (chewies), colares mordedores e alimentos de diferentes texturas podem substituir o hábito de colocar objetos inapropriados na boca.
Dicas para pais e cuidadores
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Observe em quais situações o comportamento ocorre.
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Ofereça objetos alternativos seguros.
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Evite repreender; redirecione com empatia.
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Trabalhe junto com profissionais da saúde e da escola.
Quando procurar ajuda profissional
Sinais de alerta e avaliação interdisciplinar
Procure ajuda se o comportamento for muito frequente, causar ferimentos ou interferir na alimentação e fala. Um acompanhamento interdisciplinar com pediatra, terapeuta ocupacional e psicólogo é ideal.
Como funciona o acompanhamento terapêutico
A equipe ajuda a identificar os gatilhos e ensina a criança formas mais seguras de se autorregular, promovendo autonomia e bem-estar.
Experiências reais e depoimentos de pais
Histórias de superação e adaptação
Muitos pais relatam que, após o início da terapia ocupacional, seus filhos diminuíram o hábito de colocar objetos na boca e passaram a usar brinquedos sensoriais de forma positiva.
Importância da empatia e da paciência
Cada progresso, por menor que pareça, merece ser celebrado. O apoio emocional dos cuidadores faz toda a diferença na evolução da criança.
Conclusão: Compreensão e acolhimento fazem toda a diferença
Saber porque tem crianças autistas que colocam massinha na boca e brinquedos é o primeiro passo para compreender o universo sensorial delas. Com empatia, paciência e orientação adequada, é possível transformar esse comportamento em uma oportunidade de aprendizado e crescimento.
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. Esse comportamento é perigoso?
Pode ser, se houver risco de engasgo ou ingestão de produtos tóxicos. Supervisão é fundamental.
2. Toda criança autista coloca objetos na boca?
Não. Esse comportamento varia conforme o perfil sensorial de cada criança.
3. Como posso substituir a massinha por algo seguro?
Use massinhas caseiras comestíveis, brinquedos de silicone e mordedores sensoriais.
4. A criança vai parar com o tempo?
Com acompanhamento adequado, o comportamento tende a diminuir naturalmente.
5. É sinal de atraso no desenvolvimento?
Nem sempre. Pode estar ligado à necessidade de estímulo sensorial, não a um atraso.
6. Qual profissional procurar primeiro?
O terapeuta ocupacional é o mais indicado para avaliar e orientar sobre integração sensorial.
🔗 Leitura complementar:
👉 Sociedade Brasileira de Pediatria – Autismo e Comportamentos Sensoriais




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